A Caminho da Pascoa: Acreditar na Solidariedade, na Partilha é corresponder ao mandato apostolico deixado por Jesus Cristo... somos discipulos e missionarios, chamados a servir ao proximo com caridade, solidariedade e partilha.

quarta-feira, 30 de março de 2011

50 ANOS DA MATER ET MAGISTRA Pe. Francisco de Assis Correia No próximo dia 15 de maio deste ano, celebra-se o cinqüentenário da publicação da Encíclica do Papa João XXIII, Mater et Magistra (15/05/1961 – 15/05/2011). Esta Encíclica social tratou da evolução da questão social à luz da doutrina cristã, comemorando o aniversário dos 70 anos da “Rerum Novarum” (15/05/1891) do Papa Leão XIII. Como afirmaram os autores do Nosso Grande Segredo: Ensino Social da Igreja: Herança e Compromisso. (tradução das Vozes, 1993) – que continua sendo “segredo” – o que ensejou essa Encíclica foi a terrível exploração e pobreza dos trabalhadores da Europa e dos Estados Unidos. Passados setenta anos, João XXIII, com a “Mater et Magistra” (Mãe e Mestra), quis responder aos graves desequilíbrios existentes em todo mundo, entre ricos e pobres, internacionalizando o Ensino Social da Igreja, abordando pela primeira vez a situação dos países em vias de desenvolvimento, atribuindo ao laicato a aplicação do mesmo. Esta Encíclica usa o método Ver – Julgar e Agir, “afirma a função social da propriedade”, “advoga uma política de apoio à agricultura familiar e ao cooperativismo”, “define o bem comum como o conjunto de condições que permitem e favorecem nos seres humanos o desenvolvimento integral da personalidade” (nº 62); “expõe as exigências da justiça nas relações entre setores produtivos e no campo da cooperação entre nações” (CNBB. Temas de Doutrina Social da Igreja. Nº 2, São Paulo: Paulinas – Paulus, 2006, pp. 15-16). Comemorando a publicação da “Mater et Magistra”, Dom Luís do Amaral Mousinho, primeiro Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto, proferiu conferência na Câmara Municipal desta cidade, no dia 30 de novembro de 1961 (cf. Diário de Notícias, 01/12/1961), tratando de “três pontos capitais”: “1) A pessoa e o Estado no campo econômico; 2) Capital e Trabalho; 3) Ruralismo e Desenvolvimento”. Concluiu afirmando: “... a mensagem cristã da Mater et Magistra se resume nisso: renovar os laços da vida comum entre os povos na VERDADE, na JUSTIÇA e no AMOR”.

segunda-feira, 21 de março de 2011

A PROFECIA DA CF-2011
Pe. Francisco de Assis Correia
21/março/2011

O tema da CF-2011 é: Fraternidade e a Vida no Planeta.

O Tema: “A Criação geme em dores de parto” (Rm 8, 22).

O manual da CF-2011 (não contém só o texto-base), entre outras matérias relativas ao tema, é de uma atualidade profética!
Quero sublinhar, aqui, alguns pontos relativos à energia atômica, neste momento em que o Japão, além do terremoto e do “tsunami”, sofre a radiação do vazamento de suas usinas atômicas, na região mais afetada pelo caos!
O texto, com efeito, tratando das “energias sujas” justifica este nome pelas “conseqüências danosas para o meio ambiente e para a sociedade”. Entre elas está o urânio (“matéria necessária para se obter a energia por processos de fissão ou fusão nuclear”, p. 25).
Mais à frente, o texto afirma:
“A sociedade precisa se opor firmemente a iniciativas de expansão da matriz atômica, porque os seus resíduos permanecem ativos por longos anos; seria um problema que legaríamos para muitas gerações futuras” (pp. 105-106).
Pedindo que se escute, compreenda e responda ao grito da Terra, propõe que se gere energia com as fontes mais limpas possíveis e se revejam os seus usos, alerta:
“A energia atômica continua ameaçadora por causa das contaminações possíveis em vazamentos e com seu lixo” (p. 105).
A CF “propõe-se, então, provocar e/ou reforçar a mobilização da sociedade brasileira para exigir, do governo federal uma política energética que tenha o sol, o vento e as ondas do mar como fontes prioritárias. E que, ainda, esta política incentive e valorize tecnologias nacionais e a produção descentralizada” (p. 108).
E, por fim, propõe “mobilização em favor de uma prática cristã que revolucione a humanidade” (p. 170).
A hora é agora!

sexta-feira, 18 de março de 2011

A FOTOGRAFIA

Pe. Francisco de Assis Correia.
17 de março de 2011.

“No futebol a cabeça é o terceiro pé” (Sergio Porto – 1923 – 1968).

Após cinqüenta anos, “Sô” Zequinha foi rever uma fotografia preciosa que ele achava que estivesse num bar de Pontal – o do “Doca”. Mas descobriu que o mesmo já não existia. Lembrou-se, então, do Vando, antigo amigo.
Vando, agora, aos 81 anos, sapateiro caprichoso e ainda no batente (anda por todo lado de bicicleta, veículo abundante em Pontal, na mão e na contra-mão). Ao vê-lo, logo se lembrou do Zequinha. Ambos emocionaram-se, relembrando aqueles tempos de jovens e de muita garra.
“Seu” Vando informou-lhe o bar em que está a procurada foto: “o bar do Carlim”.
Pressurosos mandaram-se para lá.
Dito e feito! A fotografia estampava o time que “sempre ganhava dos outros”: o time da Usina Nossa Senhora Aparecida – Usina Bartolo Carolo.
- De Pé: Edgar, Eschiaveto, Nenê, Bié, Careca, Barbosa, João Bonard;
- Agachados: Niquinho, Vander Furlan, Zequinha, Jader, Toninho Carolo.
Ano: 1961.
Encontrar a foto foi como encontrar um tesouro! O fascínio da foto como que reuniu todos no Bar do Carlim. Cada um contava um fato: “Cê lembra aquela vez que...!” Seu Vando afirmou que “o Zequinha tinha um chute forte. Forte mesmo... Não era qualquer goleiro que segurava não! Naquele jogo, assim, assim, quem marcou o primeiro gol? Zequinha...”
Quem presenciou a cena, mesmo que não tendo conhecido os craques, contagiou-se pela emoção do “Sô” Zequinha e do “Sr.” Vando: O João Luís, filho do “Sô” Zequinha, o próprio Carlim, proprietário do bar... o que uma foto faz: traz a imagem do passado, evoca memórias, produz sentimentos e emoções... torna presente um passado, religa amigos, colegas... todo um time de futebol!
Para completar, o Carlim ofereceu-lhes cerveja, como brinde e canto de curiós...
Com razão, José Lins do Rego (1901-1957) afirmou que “o futebol é, como o carnaval, um agente de confraternidade”.