quinta-feira, 7 de abril de 2011
PE. FRANCISCO DE ASSIS CORREIA JESUS: APROXIMAÇÃO HISTÓRICA 2011 INTRODUÇÃO Este texto contém anotações e transcrições, feitas por mim, do livro de José Antonio Pagola – Jesus: aproximação histórica. Petrópolis: Vozes, 2010. A intenção é ajudar algum leitor a chegar perto deste texto. Se consegui, valeu! Pe. Francisco de Assis Correia. Março de 2011. O AUTOR Quem é José Antonio Pagola autor do Jesus: aproximação histórica? Espanhol, de origem basca, nascido em 1937, é licenciado em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma (1962), licenciado em Sagrada Escritura pelo Instituto Bíblico de Roma (1965) e diplomado em Ciências Bíblicas pela Escola Bíblica de Jerusalém (1966). Foi vigário geral de sua diocese – San Sebastián –, reitor do seminário desta diocese e padre muito atuante na Pastoral. Perguntado: “você se sente presenteado ou vetado por causa de seu livro?” – dada a polêmica que seu livro provocou, inclusive com censura por parte de bispos espanhóis e sob investigação da Congregação para a Doutrina da Fé, respondeu: “Assumo tudo isso como algo esperado, a reação de alguns setores da igreja... mas não me sinto nem mártir nem profeta. Trato de ser um crente que a partir de sua paixão por Jesus trata de contribuir para uma Igreja mais evangélica a serviço de um mundo mais humano” (IHU, 01/02/2011). Por que Pagola escreveu este livro? Pagola responde na sua “Apresentação” (pp. 11-13). “Meu propósito fundamental foi “aproximar-me” de Jesus com rigor histórico e com linguagem simples para aproximar sua pessoa e sua mensagem ao homem e à mulher de hoje. Quis expor nas mãos de você, leitor e leitora, um livro que os oriente para não enveredar por caminhos atraentes mas falsos, de tanto romance – ficção, escrito à margem e contra a investigação moderna. Mas procurei muito mais. Quero despertar na sociedade moderna o “desejo de Jesus” e sugerir um caminho pelo qual se possam dar os primeiros passos em direção ao seu mistério” (p. 12). Capítulo I JUDEU DA GALILÉIA Jesus (= Javé salva) era originário da Galiléia, mais precisamente de Nazaré, na época, sob o império de Roma. Era uma região verde, fértil, agrária, altamente tributada. Nela trabalhavam os proprietários da terra e seus familiares. Havia diaristas que dependiam de salário diário e das incertezas de ter e não ter trabalho. “São os camponeses das aldeias que sustentam a economia do país” e, ainda, devem pagar alto tributo ao Império Romano; bem como os dízimos devidos ao templo de Jerusalém! “A atividade de Jesus nas aldeias da Galiléia e sua mensagem do ‘Reino de Deus’ representavam uma forte crítica àquele estado de coisas. Sua firme defesa dos indigentes e famintos, sua acolhida preferencial aos últimos daquela sociedade ou sua condenação da vida suntuosa dos ricos das cidades eram um desafio público àquele programa sociopolítico estimulado por Antípas, favorecendo os interesses dos mais poderosos e mergulhando na indigência os mais fracos” (p. 50). Na Galiléia, falava-se aramaico. Essa foi a língua materna de Jesus. Resume Pagola: “Jesus foi um galileu de ambiente rural e ensinava as pessoas em língua materna, o aramaico; conhecia provavelmente o hebraico bíblico suficientemente para entender e citar as Escrituras; talvez se defendesse um pouco em grego e desconhecia o latim” (p. 56). Capítulo II VIZINHO DE NAZARÉ A pergunta que Pagola quer responder é: “o que podemos saber de Jesus como vizinho desta pequena aldeia?” (p. 61). A sua resposta é a seguinte: Nazaré é uma aldeia pequena e desconhecida, de apenas duzentos a quatrocentos habitantes. Suas casas eram baixas e primitivas. Tinha um cômodo só. Possuíam um pórtico comum, com um pequeno moinho para cereais e forno... Jesus viveu numa destas humildes casas e captou até em seus mínimos detalhes a vida de cada dia e por isso pôde falar a partir da vida. Aí viveu sua vida religiosa, as festas de casamento, a vida de trabalho e sua entrega ao “Reino de Deus”, paixão de sua vida, à qual se entregou de corpo e alma. Aquele operário de Nazaré acabou vivendo somente para ajudar seu povo a acolher o “Reino de Deus”. Abandonou sua família, deixou seu trabalho, dirigiu-se ao deserto, aderiu ao movimento de João, depois o abandonou, procurou colaboradores, começou a percorrer os povoados da Galiléia. Sua única obsessão era anunciar a “Boa Notícia de Deus” (p. 83). Capítulo III BUSCADOR DE DEUS Segundo Pagola, tudo leva a pensar que ele (Jesus) procura Deus como “força de Salvação para seu povo. É o sofrimento das pessoas que o faz sofrer: a brutalidade dos romanos; a opressão que sufoca os camponeses; a crise religiosa de seu povo; a adulteração da Aliança” (p. 88). Depois ele é seduzido por João Batista que “põe Deus no centro e no horizonte de toda busca de salvação” (p. 90). Faz-se batizar por João, permanece certo tempo no deserto. A seguir, após a morte de João, Jesus inicia o anúncio da chegada do Reino de Deus, dedicando-se a “curar os enfermos que ninguém curava”, a “tocar leprosos que ninguém tocava”, a “abençoar e abraçar crianças”. “Todos sentirão a proximidade salvadora de Deus, inclusive os mais desqualificados e desprezados: os arrecadadores de impostos, as prostitutas, os endemoniados, os samaritanos” (p. 106). Capítulo IV PROFETA DO REINO DE DEUS Jesus volta à Galiléia e, aí, passa a ser profeta itinerante, vivendo em Cafarnaum, e se dedicando ao povo mais humilhado: “pessoas pobres, famintas e aflitas”. “Jesus não ensina na Galiléia uma doutrina religiosa para que seus ouvintes à aprendam bem. Anuncia um acontecimento para que aquelas pessoas o acolham com prazer, com alegria e com fé. Ninguém vê nele um mestre dedicado a explicar as tradições religiosas de Israel. Encontram-se com um profeta apaixonado por uma vida mais digna para todos, que procura com todas as suas forças fazer com que Deus seja acolhido e que seu Reino de Justiça e Misericórdia vá se ampliando com alegria. Seu objetivo não é aperfeiçoar a religião judaica mas contribuir para que se implante o quanto antes o tão inspirado Reino de Deus e, com ele, a vida, a justiça e a paz” (p. 115). A grande surpresa que Jesus anuncia é que “o Reino de Deus já chegou” (p. 121). “A acolhida do Reino de Deus começa no interior das pessoas em forma de fé em Jesus, mas se realiza na vida dos povos na medida em que o mal vai sendo vencido pela justiça salvadora de Deus” (p. 123). Revela que Deus é Amigo da vida (pp. 127-130), dos pobres (pp. 130-132) que “as coisas precisam mudar” (pp. 133-138), que “o melhor está por vir” (pp. 138-141). Capítulo V POETA DA COMPAIXÃO Jesus procurou traduzir o que é o Reino de Deus, recorrendo à linguagem dos poetas, inventando imagens, concebendo belas metáforas, narrando parábolas. Este é “o melhor caminho para ‘entrar’ em sua experiência do Reino de Deus” (p. 145). Isso tudo ajudava as pessoas, nas suas experiências de camponeses, de pescadores, do dia-a-dia, “a abrir-se ao Reino de Deus” (p. 149). “... aquele que entra na parábola e se deixa transformar por sua força já está “entrando” no Reino de Deus” (p. 153). “Todas elas (as parábolas) convidam a intuir a incrível misericórdia de Deus” (p. 159). Exemplo. “A do filho pródigo”! Jesus ensina, ainda, que: “o que é preciso é introduzir na vida de todos a compaixão, uma compaixão parecida com a de Deus; é preciso olhar com olhos compassivos os filhos perdidos, os excluídos do trabalho e do pão, os delinqüentes incapazes de refazer sua vida, as vítimas caídas nas sarjetas. É preciso implantar a misericórdia nas famílias e nas aldeias, nas grandes propriedades dos latifundiários, no sistema religioso do templo, nas relações entre Israel e seus inimigos” (p. 176). Capítulo VI CURADOR DA VIDA “O poeta da misericórdia de Deus falava através de parábolas, mas também de fatos” (p. 191). Jesus revelou-nos que Deus é Deus dos que sofrem (p. 191), dos que “sofrem o desamparo e a exclusão” (p. 196). Esses “encontram nele algo que os médicos não asseguravam com seus remédios: uma relação nova com Deus que os ajuda a viver com outra dignidade e confiança diante dele” (p. 199). “Mas o que mais diferencia Jesus de outros curadores é que, para ele as curas não são fatos isolados, mas fazem parte de sua proclamação do Reino de Deus. É sua maneira de anunciar a todos esta grande notícia: Deus está chegando, e os mais desgraçados já podem experimentar seu amor compassivo. Estas curas surpreendentes são sinal humilde, mas real, de um mundo novo; o mundo que Deus quer para todos” (p. 200). “O que é decisivo é o encontro com o curador. A terapia que Jesus põe em funcionamento é sua própria pessoa: seu amor apaixonado à vida, sua acolhida afetuosa a cada enfermo ou enferma, sua força para regenerar a pessoa a partir de suas raízes, sua capacidade de transmitir sua fé na bondade de Deus. Seu poder de despertar energias desconhecidas no ser humano criava as condições que tornavam possível a recuperação da saúde” (p. 202). “Jesus tem seu estilo próprio de curar. Cura com a força de sua palavra e com os gestos de suas mãos” (p. 203). Curava a pessoa de forma integral, gratuita, levando-a a confiar na bondade salvadora de Deus; reconcilia o enfermo com a sociedade; liberta de demônios. “A cura dos enfermos e a libertação dos endemoniados são sua reação contra a miséria humana: anunciam já a vitória final de sua misericórdia, libertando o mundo de um destino marcado fatalmente pelo sofrimento e a desgraça” (p. 212). Capítulo VII DEFENSOR DOS ÚLTIMOS Estes são os pobres. “mas quando Jesus fala dos “pobres”, está se referindo aos que não têm nada; pessoas que vivem no limite; os expropriados de tudo; os que estão no outro extremo das elites poderosas. Sem riqueza, sem poder e sem honra” (p. 222). Os que não têm ninguém (p. 223). Os “que não interessam a ninguém interessam a Deus; os que sobram nos impérios construídos pelos homens têm um lugar privilegiado em seu coração; os que não têm patrono algum que os defenda têm a Deus como Pai” (p.228). Podemos dizer sem medo de equivocarmos que a “grande revolução religiosa” levada a cabo por Jesus é ter aberto outra via de acesso a Deus, diferente do sagrado: a ajuda ao irmão necessitado. A religião não detém o monopólio da salvação; o caminho mais acertado é a ajuda ao necessitado. Por ele caminham muitos homens e mulheres que não conheceram Jesus” (p. 235). Jesus dá dignidade para os indesejáveis e ensina-nos que é “a compaixão e não a santidade que precisamos imitar em Deus” (p. 239). Amigo dos pecadores, dos publicanos, das mulheres... Capítulo VIII AMIGO DA MULHER Jesus, com toda liberdade, não se submeteu à visão negativa da mulher de seu tempo, nem às normas de impureza. Rompeu as barreiras. Não se fechou no androcentrismo de seu tempo. “Ele se põe no lugar das mulheres e as faz protagonistas de suas parábolas” (p. 265). Para Jesus, não há superioridade do varão e submissão da mulher. Ele quer uma família, uma comunidade, onde todos sejam irmãos e irmãs. “Uma comunidade sem dominação masculina e sem hierarquias estabelecidas pelo varão. Um movimento de seguidores no qual não há “pai”. Apenas o pai do céu” (p. 271). “O profeta do reino só admite um discipulado de iguais” (p. 276). Capítulo IX MESTRE DE VIDA Não era um mestre convencional. “É um sábio que ensina a viver respondendo a Deus” (p. 288). O Reino de Deus está chegando. É preciso “entrar” agora mesmo em sua dinâmica. Ninguém deve ficar fora. (...) A todos deverá chegar a Boa Notícia. Todos estão convidados a crer. Não encontrarão no Reino de Deus um novo código de leis para regular sua vida, mas um impulso e um horizonte novo para viver transformando o mundo de acordo com a verdadeira vontade de Deus (p. 299). “O que vai contra o amor vai contra Deus” (p. 307). “Só se vive como filho e filha de Deus vivendo de maneira fraterna com todos. No reino de Deus, o próximo toma o lugar da lei. Deixamos Deus reinar em nossa vida quando sabemos ouvir com disponibilidade total seu chamado escondido em qualquer ser humano necessitado. No reino de Deus, toda criatura humana, mesmo a que nos parece mais desprezível, tem direito de experimentar o amor dos outros e a receber a ajuda do que necessita para viver dignamente” (pp. 309-310). Amar até os inimigos! “Mas ao falar de amor, Jesus não está pensando em sentimentos de afeto, simpatia ou carinho para com quem nos faz mal. O inimigo continua sendo inimigo e dificilmente pode despertar em nós tais sentimentos. Amar o inimigo é, antes, pensar em seu bem, “fazer” o que é bom para ele, o que pode contribuir para que ele viva e de maneira mais digna” (p. 314). Para ele, a luta pela justiça não deve ser violenta! Capítulo X CRIADOR DE UM MOVIMENTO RENOVADOR “... desde o primeiro momento, Jesus rodeia-se de amigos e cobradores. A chegada do Reino de Deus está pedindo uma mudança de direção em todo povo, e isto não pode ser tarefa exclusiva de um pregador particular. É necessário pôr em marcha um movimento de homens e mulheres saídos do povo que junto com ele, ajudem os outros a tomarem consciência da proximidade salvadora de Deus” (p. 323). O “poder de atração de Jesus” foi fundamental para a formação deste grupo. A adesão a ele era cordial. Discípulos e discípulas convivem com ele, aprendem pouco a pouco a se formar uma família. Os doze escolhidos por ele “formam o círculo mais intimo em torno dele” (p. 329). “... um grupo de irmãos e irmãs que seguem seus passos para acolher e difundir o Reino de Deus. (...) Homens e mulheres que saibam viver com ele, servindo os últimos” (p. 349). Capítulo XI CRENTE FIEL “A experiência de Deus foi central e decisiva na vida de Jesus. O profeta itinerante do Reino, curador de enfermos e defensor de pobres, o poeta da misericórdia e mestre do amor, o criador de um movimento novo a serviço do Reino de Deus, não é um homem disperso, atraído por diferentes interesses, mas uma pessoa profundamente unificada em torno de uma experiência nuclear: Deus e Pai de todos. É ele quem inspira sua mensagem, unifica sua intensa atividade e polariza suas energias. Deus está no centro dessa vida. A mensagem e a atuação de Jesus não se explicam sem esta vivência radical de Deus. Se esta for esquecida, tudo perde sua autenticidade e conteúdo mais profundo; a figura de Jesus fica desvirtuada, sua mensagem debilitada, sua atuação privada do sentido que ele lhe dava” (p. 363). “Jesus gosta de chamar Deus de “Pai”. Esta invocação brota de dentro dele, sobretudo quando quer realçar sua bondade e compaixão” (p. 382). Há, das páginas 392 a 395, uma extraordinária explicação da única oração ensinada por Jesus: o Pai Nosso. Capítulo XII CONFLITIVO E PERIGOSO Jesus, fiel à sua missão, entrou em conflito com os fariseus, opôs-se às autoridades religiosas, provocou receio no poder romano, arriscou-se a ir a Jerusalém, onde fez um gesto muito perigoso (expulsou os vendilhões do templo, ou melhor, gesto simbólico de “destruição” do templo)... Antes de sua morte, organizou uma ceia de despedida com seus amigos e amigas mais próximos. “... Jesus transforma aquela ceia de despedida numa grande ação sacramental, a mais importante de sua vida, a que melhor resume seu serviço ao reino de Deus, a que ele quer deixar gravada para sempre em seus seguidores. Que continuem vinculados a ele e que alimentem nele sua esperança. Que o recordem sempre e entregue a seu serviço. Ele continuará sendo “aquele que serve”, aquele que ofereceu sua vida e sua morte por eles: o servo de todos. Assim ele está agora no meio deles naquela ceia e assim quer que o recordem sempre. O pão e a taça de vinho hão de evocar para eles, antes de mais nada, a festa final do reino de Deus: a entrega desse pão a cada um e a participação na mesma taça lhes trarão à memória a entrega total de Jesus. “Por vós”: essas palavras resumem bem o que foi sua vida a serviço dos pobres, dos enfermos, dos pecadores, dos desprezados, das oprimidas, de todos os necessitados... Estas palavras expressam o que vai ser agora sua morte: ele “desejou ardentemente” oferecer a todos, em nome de Deus, acolhida, cura, esperança e perdão. Agora entrega sua vida até à morte, oferecendo a todos a salvação do Pai” (p. 437). Capítulo XIII MÁRTIR DO REINO DE DEUS “Jesus é executado por soltados às ordens de Pilatos, mas na origem dessa execução, encontra-se o sumo sacerdote Caifás, assistido por membros da aristocracia sacerdotal de Jerusalém” (p. 458). “Jesus abandona-se totalmente à vontade de seu Pai no momento em que esta se lhe apresenta como algo absoluto e incompreensível” (pp. 477-488). Está totalmente só! “A insensibilidade e o abandono de seus discípulos o fazem mergulhar na solidão e na tristeza” (p. 478). Capítulo XIV RESSUSCITADO POR DEUS Deus o ressuscitou! “Tudo se deve a Deus. Se ele está desperto é porque Deus o despertou, se está de pé é porque Deus o levantou, se está cheio de vida é porque Deus lhe infundiu a sua. Na origem sempre subjaz a atuação amorosa de Deus, seu Pai” (p. 491). “Ressuscitando Jesus, Deus começa a “nova criação”. Sai de seu ocultamento e revela sua intenção última, aquilo que buscava desde o começo ao criar o mundo: compartilhar sua felicidade infinita com o ser humano” (p. 498). Capítulo XV APROFUNDANDO A IDENTIDADE DE JESUS “É a experiência da ressurreição que pode revelar-lhes (aos leitores) a verdadeira identidade de Jesus e o conteúdo de sua mensagem e de sua atuação” (p. 529). É o que produz a leitura dos evangelhos: Jesus é homem novo, sumo sacerdote, Senhor, Palavra de Deus encarnada, Filho de Deus...
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