A Caminho da Pascoa: Acreditar na Solidariedade, na Partilha é corresponder ao mandato apostolico deixado por Jesus Cristo... somos discipulos e missionarios, chamados a servir ao proximo com caridade, solidariedade e partilha.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O PARÁCLITO

O evangelho deste domingo é João 14, 15-21. Este texto faz parte do primeiro discurso de despedida de Jesus, após a última Ceia. Ele exige a observância de seus mandamentos (v. 15); fala do sentido de sua oração (v. 16); promete outro Paráclito (v. 16); o conhecimento de Deus (v. 17); a inabitação de Deus em nós (v. 17).
Há, aqui, como que uma síntese de todos estes temas ao redor do mandamento do amor.
Observar os mandamentos quer dizer amar, pois tudo se resume no amor. Conhecer a Deus e a seu Filho quer dizer amar. Não se trata de um conhecimento intelectual, mas de um conhecimento que é de comunhão e de coparticipação. É permanecendo neste amor que Deus nos dá o Espírito Paráclito.
Paráclito quer dizer, originalmente, “aquele que é chamado, no campo jurídico, para ajudar e defender um acusado no processo”; quer dizer “auxiliador”, “defensor”. É o próprio Espírito Santo. Como sal, nos conserva. Como fogo, nos purifica e consolida.
Paráclito que confere a infalibilidade à Igreja, opondo-a à mentira, à estagnação. À perda de sua identidade, ao conformismo, ao isolamento.
Paráclito, sustentador da Igreja, ajuda da Igreja para que não seja nunca abandonada da verdade de Deus, de seu Filho, de sua missão, da pessoa humana e de toda história.
Paráclito que está em todos os que, de coração reto, seguem a Cristo, guardam sua palavra, esforçam-se por uma renovação e transformação pessoal e estrutural.
Um bispo ortodoxo, por ocasião do Conselho Mundial das Igrejas, em Uppsala (1968), disse sobre a operação do Espírito Santo na Igreja de Deus: “Sem o Espírito Santo, Deus fica longe, Cristo se situa no passado, o evangelho é letra morta, a Igreja apenas uma organização, a autoridade somente domínio, a missão só propaganda, o culto, um exorcismo, e o comportamento cristão uma moral de escravos. Mas com ele, o cosmos se eleva e geme com gemidos de parto do Reino, o Cristo ressuscitado está presente, o evangelho é a força da vida, a Igreja significa a comunhão trinitária, a autoridade é serviço libertador, a missão um Pentecostes, a liturgia memorial e antecipação, e o agir humano é glorificado”.

Pe. Francisco de Assis Correia.
Pároco Emérito *

* Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e Doutor em Filosofia pela Unicamp.

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