HIROSHIMA NUNCA MAIS
Pe. Francisco de Assis Correia
Dia 6 de agosto, na liturgia da Igreja Católica, é dia da Transfiguração do Senhor, ou seja, da memória daquilo que aconteceu no Monte Tabor (segundo a tradição): Jesus manifestou-se aos discípulos em todo o esplendor da vida divina!
Mas, a mencionada data, lembra, também, o que aconteceu em 1945 no Japão: a desfiguração (e morte imediata de 130 mil pessoas) causada pelo lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima!
É inevitável, entretanto, a lembrança, tão presente e inapagável de Fukushima, igualmente no Japão (11/03/2011): o terremoto, o “tsunami” e a radiação do vazamento de suas usinas atômicas!
De Hiroshima ressoou o urgente imperativo de se ter um mundo sem armas nucleares! No mundo atual, existem 20 mil, localizadas em 111 lugares, em 14 países!
“Visto de um ponto de vista jurídico, legal, político, de segurança, além de tudo, moral, não há nenhuma justificativa para continuar mantendo armas nucleares”, afirmou recentemente Dom Francis Chullikatt, representante do Vaticano na ONU.
De Fukushima, veio o alerta – como profetizou o texto da Campanha da Fraternidade deste ano – de que “a energia atômica continua ameaçadora por causa das contaminações possíveis em vazamentos e com seu lixo” e, no que diz ao Brasil, propôs “provocar e/ou reforçar a mobilização da sociedade brasileira para exigir, do governo federal, uma política energética que tenha o sol, o vento e as ondas do mar como fontes prioritárias”.
Bem disse Kenzaburo Oe, prêmio Nobel de Literatura: “desenvolver a energia nuclear no Japão é uma traição às vítimas de Hiroshima. Mas talvez Fukushima seja o ponto de virada, não apenas para o Japão, mas para o resto do mundo também”.
Revendo o filme de Kiyoshi Kurosawa, Kairo (2001) – uma visão hiperrealista do que aconteceu em Hiroshima – ele nos assusta (Kairo quer dizer circuito, cerco...) e leva-nos à pergunta: Temos futuro?
quinta-feira, 28 de julho de 2011
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