28 ANOS SEM TRISTÃO DE ATHAYTE
Pe. Francisco de Assis Correia.
O pseudônimo Tristão de Athayte veio de 1919, quando Alceu Amoroso Lima – seu nome verdadeiro – começou a escrever uma coluna de crítica literária – chamada Bibliografia, em O JORNAL, no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu aos 11 de dezembro de 1893.
Convertido ao catolicismo em 15 de agosto de 1928, tornou-se o leigo mais expressivo, militante e profundo pensador da Igreja Católica, no século XX, no Brasil. Ligado ao Centro Dom Vital e à revista A ORDEM, “defendeu os interesses católicos junto ao Estado, atendendo ao pedido de Dom Leme”. Iniciou, em 1929, a Ação Universitária Católica (AUC), mais tarde, transformada na JUC (Juventude Universitária Católica), em 1950. Difundiu a Liga Eleitoral Católica (LEC). Inspirou o Partido Democrata Cristão brasileiro (1945), a exemplo do que, na época, ocorria com Eduardo Frei no Chile, Emanuel Ordoñes na Argentina e Dardo Régules no Uruguai.
Publicou muitas obras sobre os mais variados assuntos, sempre com horizontes abertos, sem fronteiras e com muita clarividência.
Tive a imensa satisfação de entrevistá-lo pessoalmente no Seminário Central do Ipiranga em São Paulo para o mural “Seminário, Urgente” e, depois, em 1967, no Colégio Pio Brasileiro, em Roma, quando fez aos alunos deste estabelecimento uma palestra sobre o momento brasileiro da época.
Tristão de Athayte faleceu aos 89 anos, em Petrópolis – RJ, no dia 14 de agosto de 1983.
Lembro-me de que algum tempo antes desta data, Luís Buñuel, famoso diretor de cinema espanhol, radicado no México e célebre ateu, perguntado se tinha medo da morte, confirmou e confessou ser ela um absurdo, “um caminhar para a destruição, para o nada, pois nada há depois da morte”.
Tristão de Athayte, na mesma época, respondeu bendizer o dia de sua morte. Partiria para a Vida Plena, Eterna... para a Ressurreição.
Relembrando, hoje, sua vida, sua fé, sua militância, peçamos a Deus, conceda-nos leigos como ele: militantes, inteligentes, de largos horizontes e de fé a toda prova, movidos pela esperança, vivida no amor.
Há pouco mais de um mês, falecia sua filha, a abadessa beneditina Madre Maria Teresa, do mosteiro de Santa Maria, em São Paulo, a quem escreveu, estivesse onde fosse, carta diária, durante mais de trinta anos!
Elas estão coletadas em dois volumes pelo Instituto Moreira Salles (IMS), sob o título de Cartas do Pai (2003).
A respeito dessas Cartas, Frei Betto afirmou: “... como homem de visão que era, tinha plena consciência de que não escrevia apenas à filha, escrevia à história, como testemunho de uma vida – a dele, tão intensa e rica – e de uma época”!
Pe. Francisco de Assis Correia.
O pseudônimo Tristão de Athayte veio de 1919, quando Alceu Amoroso Lima – seu nome verdadeiro – começou a escrever uma coluna de crítica literária – chamada Bibliografia, em O JORNAL, no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu aos 11 de dezembro de 1893.
Convertido ao catolicismo em 15 de agosto de 1928, tornou-se o leigo mais expressivo, militante e profundo pensador da Igreja Católica, no século XX, no Brasil. Ligado ao Centro Dom Vital e à revista A ORDEM, “defendeu os interesses católicos junto ao Estado, atendendo ao pedido de Dom Leme”. Iniciou, em 1929, a Ação Universitária Católica (AUC), mais tarde, transformada na JUC (Juventude Universitária Católica), em 1950. Difundiu a Liga Eleitoral Católica (LEC). Inspirou o Partido Democrata Cristão brasileiro (1945), a exemplo do que, na época, ocorria com Eduardo Frei no Chile, Emanuel Ordoñes na Argentina e Dardo Régules no Uruguai.
Publicou muitas obras sobre os mais variados assuntos, sempre com horizontes abertos, sem fronteiras e com muita clarividência.
Tive a imensa satisfação de entrevistá-lo pessoalmente no Seminário Central do Ipiranga em São Paulo para o mural “Seminário, Urgente” e, depois, em 1967, no Colégio Pio Brasileiro, em Roma, quando fez aos alunos deste estabelecimento uma palestra sobre o momento brasileiro da época.
Tristão de Athayte faleceu aos 89 anos, em Petrópolis – RJ, no dia 14 de agosto de 1983.
Lembro-me de que algum tempo antes desta data, Luís Buñuel, famoso diretor de cinema espanhol, radicado no México e célebre ateu, perguntado se tinha medo da morte, confirmou e confessou ser ela um absurdo, “um caminhar para a destruição, para o nada, pois nada há depois da morte”.
Tristão de Athayte, na mesma época, respondeu bendizer o dia de sua morte. Partiria para a Vida Plena, Eterna... para a Ressurreição.
Relembrando, hoje, sua vida, sua fé, sua militância, peçamos a Deus, conceda-nos leigos como ele: militantes, inteligentes, de largos horizontes e de fé a toda prova, movidos pela esperança, vivida no amor.
Há pouco mais de um mês, falecia sua filha, a abadessa beneditina Madre Maria Teresa, do mosteiro de Santa Maria, em São Paulo, a quem escreveu, estivesse onde fosse, carta diária, durante mais de trinta anos!
Elas estão coletadas em dois volumes pelo Instituto Moreira Salles (IMS), sob o título de Cartas do Pai (2003).
A respeito dessas Cartas, Frei Betto afirmou: “... como homem de visão que era, tinha plena consciência de que não escrevia apenas à filha, escrevia à história, como testemunho de uma vida – a dele, tão intensa e rica – e de uma época”!
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