No meu tempo de menino, não havia, em Jardinópolis, nenhum supermercado, nenhuma impessoal loja, cheia de funcionários...
Havia, sim, as pessoais vendas, isso mesmo, vendas (de secos e molhados): do “Seu” Nelson Fregonesi, do “Seu” José Staibano, do “Seu” Rufino Leira, do “Seu” Guerino Sisti, do “Seu” José Felipe, do “Seu” Alexandre Saquy, do “Seu” Nicolino Cimento, do “Seu” José Torrecilhas, do “Seu” Jabur...
Depois, muito tempo depois, é que vieram os supermercados. Tão impessoais quanto anônimos...
Antes, era o tempo das cadernetas. Comprava-se e marcava-se. Acertava-se no fim do mês ou quando se podia...
Quando se pagava, recebia-se até um brinde: um pacote de macarrão, uma lata de sardinha...
O comerciante ficava satisfeito e o freguês, gratificado!
Com este sistema alguns venceram e se aposentaram, com dinheiro aplicado e/ou emprestado para particulares a altos juros...
Outros, coitados, faliram. Isso mesmo. Perderam tudo e os devedores nem tomaram consciência do mal que cometeram...
Vieram os supermercados: acabaram-se as cadernetas, os fiados, a confiança, os compadrios e os “agrados” aos fregueses e lá se vão cartões de crédito, os sacos plásticos, a pressa e aquele cheiro, sempre igual, de que quem compra, vive. Quem não compra não existe. É a lei do mercado. A venda morreu!
Pe. Francisco de Assis Correia.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
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