CAVAQUINO E VIOLÃO
OU
“SÔ” DÉLCIO E “SÔ” ZEQUINHA
Diz a Bíblia que quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro.
Foi o que aconteceu com Sô Délcio e Sô Zequinha. Um dia se encontraram e tornaram-se amigos. Compartilharam o mesmo gosto pela música. Aquele com seu cavaquinho. Este com seu violão.
Hoje, encontram-se com frequência. Passam algumas horas juntos. Tocam um chorinho, conversam particularidades da música, comentam a vida do compositor como se este lhes fosse familiar.
Entre uma música e outra, um dedo de prosa. Cada um fala do sofrimento, da dor e do amor que carregam.
As esposas de um e de outro estão, há anos, doentes. Muito doentes... A do seu Délcio, Dona Maria, sofre de diabetes, perdeu a visão e, agora, está com Alzsheimer... A do seu Zequinha sofre com transtorno mental bilateral, dificuldade de deambular, problemas renais, intestinais, etc, etc.
Um e outro, porém, cuida de suas esposas com todo cuidado, carinho e dedicação. Sacrificam-se por elas.
Sô Délcio para sair de casa, só o faz, se houver alguém de sua absoluta confiança para o substituir por poucas horas.
Sô Zequinha, igualmente.
Entre um chorinho e outro, ambos falam do que lhes é comum, com toda a sinceridade e amizade. Sem perder a esperança, nem a perseverança, sabem, na prática, que amar é sofrer juntos, é envelhecer juntos...
Não deixe Deus faltarem-lhes as forças, nem o desânimo abatê-los.
Pe. Francisco de Assis Correia.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
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