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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

TEOLOGIA DO PLURALISMO RELIGIOSO (2)

Pe. Francisco de Assis Correia

A Teologia do Pluralismo é um avanço, uma evolução, com vários níveis.
Vai além do diálogo inter-religioso.
Para Vigil, “uma coisa é refletir sobre a pluralidade religiosa (“ Teologia do Pluralismo Religioso”) e outra, dialogar mesmo com outra religião. Sem a transformação de mentalidade, que essa reflexão vai provocar, não será possível “dialogar” verdadeiramente com outra religião, porque será um diálogo de surdos, aparente diálogo daqueles que pensam – cada um – que eles têm a verdade e que o outro não é interlocutor religioso válido. Por isso nós dizemos que a teologia do diálogo inter-religioso é um “intradiálogo”, um diálogo que uma religião deve fazer consigo mesma antes de dialogar com outra, para que o diálogo possa ser viável e frutífero”.
O teólogo Vigil estabeleceu, ainda, algumas condições para que as religiões possam construir juntas a paz no mundo: abandonar o complexo de superioridade ( “a minha é a única verdadeira”), deixar as pretensões de “unicidade” (“a minha é a única”), “retirar o mapa teológico geocêntrico” que as punha no centro do mundo religioso, e devem aceitar um novo mapa teológico “heliocêntrico”, com só Deus no centro e elas, todas as religiões, girando soralmente companheiras ao serviço da humanidade para aquilo que tem a ver com a relação com o mistério divino”; devem atualizar sua epistemologia; superar o “modelo de verdade” objetivista, metafísico, fixista, de verdades eternas “claras e distintas”; reconstruir a “outra religião possível”; e uma visão pluralista...
José María Vigil insiste na tese de que “não haverá paz no mundo sem teologia do pluralismo religioso”.
Para ele, paz não é só ausência de guerra. “é o resumo de todos os bens salvífecos”. É o “shalon” (judaico) e o “shalan” (árabe).
Supera, também, uma visão antropocêntrica religiosa, na qual fomos educados: “o bem comum da humanidade ficaria absolutamente curto e mal entendido se deixasse de buscar o bem comum da vida no planeta. (...) Hoje a caridade realista deveria começar pelo planeta. (...) Como é possível que as religiões ainda não tenham pedido perdão por terem permanecidas cegas ao ecológico?”
Sua tese, igualmente, vai além da de Hans Küng, segundo a qual “não haverá paz entre as nações sem paz entre as religiões”.
Segundo Vigil, Küng ficou no plano ético (“Projeto de Ética Mundial”); a sua posição situa-se no nível teológico.
Resta-nos torcer pelo êxito desta Oficina e aguardar o fruto de seus trabalhos.

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