A Caminho da Pascoa: Acreditar na Solidariedade, na Partilha é corresponder ao mandato apostolico deixado por Jesus Cristo... somos discipulos e missionarios, chamados a servir ao proximo com caridade, solidariedade e partilha.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O MÊS VOCACIONAL

Pe. Francisco de Assis Correia.

Agosto é, também, mês vocacional!
Neste ano de 2011, o tema é: “Anunciar a Palavra que gera vida”. O lema é: “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10).
Claro que se tem presente a diversidade de vocações! Dentre elas, a vocação para o ministério presbiteral.
As Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil da CNBB (doc. 93) apresentam o ideal do presbítero que se quer:
- “Autêntico presbítero – discípulo”
- “Presbítero – missionário”
- “Presbítero – servidor da vida, cheio de misericórdia, consagrado para pregar o Evangelho”
- “Ser pastor do Povo de Deus”.
Mais ainda, as mesmas Diretrizes afirmam que: “a identidade e a missão do presbítero nas circunstâncias atuais exigem:
1. o testemunho pessoal de fé e de caridade, de profunda espiritualidade vivida, de renúncia e despojamento de si;
2. a prioridade da tarefa da evangelização, o que acentua o caráter missionário do ministério presbiteral;
3. a capacidade de acolhida a exemplo de Cristo Pastor, que une a firmeza à ternura, sem ceder à tentação de um serviço burocrático e rotineiro;
4. a solidariedade efetiva com a vida do povo, a opção preferencial pelos pobres, com especial sensibilidade para com os oprimidos, os sofredores, em fidelidade à caminhada da Igreja na América Latina, retificada pela Conferência de Aparecida (DAp 396);
5. a maturidade para enfrentar os conflitos existenciais que surgem no contato com um mundo consumista, secularizado e até hostil aos valores do Evangelho;
6. o cultivo da dimensão ecumênica, o diálogo inter-religioso, no respeito à pluralidade de expressar a fé em Deus e nos valores do Evangelho;
7. a participação comprometida nos movimentos sociais, nas lutas do povo, com consciência política diante da corrupção e da decepção política, conservando, entretanto, sua identidade presbiteral, mantendo-se fiel ao que é específico do ministério ordenado e observando as orientações do Magistério da Igreja;
8. a capacidade de respeitar, de discernir e de suscitar serviços e ministérios para a ação comunitária e a partilha;
9. a promoção e a manutenção da paz e a concórdia fundamentada na justiça (CIC 287, § 1º);
10. a configuração de homem de esperança e do seguimento de Jesus na cruz” (nº 73).
(Tudo isso que está aqui serve de revisão de vida, de meditação de todos nós presbíteros. Observo que o índice analítico do referido documento traz mais de 120 referências ao termo presbítero! Cf. REB nº 282 (abril – 2011) vários artigos sobre as Diretrizes).
Para se atingir esse modelo, haja formação (humano-afetiva, comunitária, espiritual, pastoral missionária, intelectual e permanente), casas de formação (seminários), equipes de formadores, de professores, etc!
Tudo isso precedido pela Pastoral Vocacional a quem cabe “despertar os vocacionados para a vocação humana, cristã e eclesial”, “ajudá-los a perceberem os sinais indicadores do chamado de Deus”, “auxiliá-los a cultivarem os germes de vocação”, “acompanhá-los no processo de opção vocacional consciente e livre”, “despertar e acompanhar os vocacionados na vocação específica à vida e ao ministério presbiteral” (cf. nº 100).
Completo este texto, com uma longa citação extraída de uma entrevista do Pe. João Batista Libânio, por ocasião do seu Jubileu de Ouro de Ordenação Presbiteral, na qual trata de três tipos de sacerdotes:
“Na minha já longa vida conheci três tipos de sacerdotes. No despertar da vocação estava o padre tradicional. Convivi com muitos deles, exemplares, cumpridores dos deveres. Cultivavam obediência aos ritos, piedade pessoal, virtudes tradicionais e a exterioridade religiosa bem visível. Viviam o paradigma religioso da sacralidade. Encarnavam-no até a raia do mito do Sagrado, sem arrogância e simplesmente por fé na transcendência do sacramento da Ordem. Fui ordenado no final dessa onda. Vieram, então, os sacerdotes do pós-Vaticano 2º. Grande renovação, desde o exterior das vestes até a criatividade na liturgia, na pastoral, na proximidade com as pessoas e com o mundo. Dessacralizou-se a imagem do padre. E nesse jogo, milhares e milhares de sacerdotes mundo afora deixaram o ministério a ponto de assustar Paulo 6º, que a todos dispensava do exercício do ministério e do celibato. Reinava o paradigma da secularização com o desafio de aí dentro viver e anunciar a fé cristã.
Agora está a surgir uma geração de traços pós-modernos no sentido de fragmentação, de bricolage de elementos díspares e até opostos, compostos numa mesma figura. Assim volta-se ao ritualismo externo no vestir, no apresentar-se, no fazer valer a própria sacralidade, mas com tintura de certa artificialidade e defasagem. Não tem a limpidez tradicional, mas também não prossegue na onda secularizante anterior. Vige o paradigma da explosão do fenômeno religioso ao lado da globalização, da exterioridade superficial, da subjetividade narcisista e hedonista” (JORNAL DE OPINIÃO, 04-10/07/2011 pp. 4-5).


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